terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pau Brazil

Lembro-me, de ouvir falar, dos Réis. Contos de Réis! Ainda acho bonito e engraçado quando escuto que algo custa 5 conto; conto mesmo, não ia para o plural. Conto de Réis. Circulou de 1692 até 1942, quando foi criado o Cruzeiro.


Vivi o tempo do Cruzeiro; do Cruzeiro Novo(1967); Cruzeiro, de novo (1970); Cruzado(1986); Cruzado Novo(1989); Cruzeiro, novamente (1990); Cruzeiro Real (1993); e, por fim, Real(1994), de novo - porque os Réis eram o plural de Real.

Cheguei a uma conclusão simples: o que atrapalha todos os planos econômicos são estes nomes sem sentido que dão à nossa moeda. Ele não pode ser assim escolhido ao acaso; tem que ter uma razão, um nome forte, com significado histórico e, ao mesmo tempo, ser simples, de fácil aceitação.


O “achamento” do Brasil se deu em uma quarta-feira, 22 de abril de 1500 e na quinta fomos batizados de Ilha de Vera Cruz; depois Terra de Santa Cruz e, finalmente, de Brasil; “devido a uma árvore avermelhada usada para tingir linhos, sedas e algodões, concedendo-lhes um suntuoso tom carmesim ou purpúreo, a cor dos reis e dos nobres”, a Caesalpinia echinata ou pau-brasil.


Creio que nenhum nome ficaria melhor para a nossa moeda que Pau-Brasil ou Pau-Brazil, para não haver problemas no exterior.


A outra grande vantagem é que já estamos acostumados e usamos esta moeda no dia-a-dia: um lanche, por exemplo, custaria P$ 5,00 ou popularmente falando cinco Pau!

Percebam que perderia o sentido aquela enorme quantidade de zeros, pois tudo custaria entre 1 e 999 paus. Uma calça custa cem Paus e um carro 30 Paus, ficando os zeros implícitos, sendo tudo mais simples, além de desestimular a inflação.

O governo poderia apelar para o orgulho nacional e o povo iria corresponder. Quando o ministro da economia viesse a público dizendo que devemos fazer sacrifícios para que o Pau suba, certamente toda população iria colaborar. Quando dissessem que teríamos que manter a alta do Pau em relação ao dólar, não haveria dúvidas que o Pau deveria sempre estar forte. Talvez apenas perca a coerência a expressão “tô duro” pra quando se está sem dinheiro, “tô mole” parece mais adequado!

Mesmo os humoristas terão o seu quinhão com alguns trocadilhos infames com expressões como “com quantos paus se faz uma canoa”, “pau pra toda obra”, “baixar o pau” etc.

Um último esclarecimento seria sobre os centavos: seriam chamados de Japas.

Assim um cafezinho custaria P$ 1,50 ou um Pau e cinqüenta Japas.

Bem, agora deixo pela imaginação de cada um as figuras que apareceriam nas notas e moedas.

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